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Secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, debate soluções para competitividade do setor químico na sede da Abiquim

Quarta-Feira, 02 de Agosto de 2023

Foto: Abiquim/Divulgação


A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, disse que os números do setor químico atualmente são preocupantes, especialmente o aumento do déficit na balança comercial, mas sinalizou que esse tipo de problema não se resolve somente com política de comércio exterior, sendo indispensável uma abordagem estruturada sobre a competitividade brasileira nas suas várias frentes e alçadas de atuação.

 

Ela lembrou dos instrumentos de atuação da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), como alterações tarifárias, e tratou do papel do sistema de defesa comercial, reconhecendo que políticas comerciais e de competitividade industrial devem ser trabalhadas conjuntamente.

 

A afirmação da secretária ocorreu no dia 25 de julho em sua visita à sede da Abiquim, durante a reunião do Conselho Diretor da entidade, ocasião em que foi apresentada uma visão mais detalhada a respeito da situação da indústria química no Brasil e explicitado o entendimento do setor de que atualmente medidas isoladas não serão capazes de reverter a difícil situação enfrentada pelas empresas do setor.


Segundo André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, a solução passa por múltiplas medidas de diversos agentes que fortaleçam a competitividade e a sustentabilidade da indústria. Essa solução deverá ser construída coletivamente visando ganho para todos os elos da cadeia produtiva e, principalmente, a garantia do bem-estar da sociedade brasileira.

 

O diálogo, que contou também com a presença da diretora do Departamento de Defesa Comercial (DECOM), Rafaela Teixeira Vieira Noman, teve como principais destaques a agenda emergencial da química, que objetiva, principalmente, viabilizar a retomada do uso da capacidade instalada das empresas a níveis necessários para a manutenção das operações das plantas industriais químicas brasileiras e mitigar surtos de importações enfrentados pelo setor. A agenda estruturante, por sua vez, visa atrair investimentos produtivos com base nas oportunidades de demanda e nas vantagens comparativas do Brasil, alavancando a geração de valor para a sociedade e para a economia do país como um todo. 


(Da esq, para a direita) Rafaela Vieira Teixeira Noman, Tatiana Prazeres. André Passos e

Daniela Manique, presidente do Conselho Diretor da Abiquim

Foto: Abiquim/Divulgação


Na área de políticas comerciais, Prazeres disse que há espaço para avançar. Segundo ela, após um pouco mais de 6 meses de governo há uma compreensão de que é necessária mudança em algumas áreas do comércio exterior. “Todos sabemos que há regras internacionais que definem como podemos conduzir esses processos e há clareza a respeito da importância de se combater práticas desleais de comércio. Acho que os primeiros movimentos do governo na área de política de comércio exterior sinalizam a nossa disposição. De forma geral, temos disposição de ouvir e de dialogar.”

 

A secretária concordou que o tensionamento entre a China e os EUA, a Covid 19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia impactaram a condução da política comercial pelo mundo. Complementou reconhecendo que há distorções no mercado causadas por países que têm recursos e interesse em implementar programas de incentivo às suas indústrias. Também notou que vários países têm adotado medidas de proteção às suas indústrias. 

 

Durante o encontro chamou também a atenção da secretária o fato de a produção nacional dos químicos ter a menor pegada de carbono em relação aos concorrentes internacionais. Segundo ela, é fundamental valorizar esse aspecto nas negociações, traduzindo essa vantagem competitiva do Brasil em efetivo acesso ao mercado nos outros países. “Sobre as conversas que temos tido com os europeus acerca do Acordo Mercosul-União Europeia, será importante que o Brasil consiga se posicionar a partir das suas credenciais de sustentabilidade. Temos todas as condições de exercer uma liderança nas discussões sobre comércio e sustentabilidade, exatamente porque temos um diferencial competitivo nesse aspecto.”

 

Sobre a conclusão deste acordo, na condição de presidente Pró Tempore, o Brasil desenhou, segundo a secretária, uma contraproposta aos europeus relativa às suas demandas ambientais adicionais. Essa contraproposta deverá ser avaliada pelos demais membros do Mercosul para posterior apresentação à União Europeia. Além deste acordo, algo prioritário na agenda do Mercosul, outras negociações estão em andamento, como o Mercosul-EFTA e o Mercosul-Singapura.