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Em encontro com o governador da Bahia, Jerônimo Gonçalves, Abiquim apresenta cenário da indústria química no mundo e no Brasil

Segunda-Feira, 03 de Julho de 2023

Crédito: Divulgação/Abiquim


No dia 27 de junho, a Abiquim e CEOs de suas empresas associadas se reuniram com Jerônimo Gonçalves (PT-BA), na sede do seu gabinete, na Bahia, com o objetivo de apresentar os atuais desafios da indústria nacional e internacional frente às mudanças geopolíticas, além da importância da química em meio a oportunidades de desenvolvimento da indústria brasileira, que passa pela transição energética para uma economia mais sustentável e o papel do gás natural nessa transição.


No âmbito internacional, André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, destacou entre outros pontos sensíveis, o crescente número de sanções e controles de exportação, bem como o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC) no sentido de ajudar as economias em desenvolvimento; preço de eletricidade mais alto do que os praticados antes da crise; reabertura econômica da China e sua queda contínua de preços, especialmente de energia; enfraquecimento da indústria química europeia; e os altos custos de produção (gás natural) que consequentemente acabam pressionando os negócios de produtos químicos.

 

Já a indústria química nacional, fragilizada há décadas por falta de competitividade, continuou Passos, acaba ainda mais impactada dentro deste cenário. “Neste primeiro quadrimestre, por exemplo, a produção e vendas do setor recuaram para o patamar mais baixo em 17 anos, com o crescimento de importações na ordem de 10,1% em volume, vindas especialmente de países asiáticos que mantêm relações comerciais com a Rússia e que estão se beneficiando de petróleo e gás mais competitivo, além dos EUA, sobretudo em petroquímica com o shale gas e a entrada de plantas novas.” 

 

O diretor da Abiquim mostrou também que a valorização do Real de 4,2% em relação ao dólar nos quatro primeiros meses de 2023 e a alta de 14,2% em dólares no mercado internacional da nafta petroquímica, principal matéria-prima, elevando os custos locais de produção, tornaram as importações ainda mais competitivas, resultando num déficit de químicos de US$ 61,2 bilhões.

 

Na apresentação, Passos reforçou que o Brasil precisa aproveitar o momento e pensar em como crescer de forma sustentada, especialmente nos segmentos em que há vocação natural e vantagens comparativas - gás natural em grande volume, água em abundância, matriz energética mais renovável e potencial de circularidade elevado – para serem transformadas em vantagens competitivas.  Ele enfatizou a urgente criação de políticas de estímulos à indústria química, a exemplo dos Estados Unidos e Europa com o lançamento do Inflation Reduction Act (IRA) e do Chips Act, que, somados, representam uma injeção de mais de US$ 650 bilhões na economia americana, e o Green Industrial Plan, para reduzir as emissões para zero a partir de produção local, e o European Chips Act, com 43 bilhões de euros na indústria europeia. “Essas ações se justificam mundo afora em razão de a indústria química estar na base de suprimento de inúmeros outros setores, como indústria automobilística, construção civil, agricultura, entre tantos outros, e possuir papel relevante na geração de empregos de qualidade, de parcela expressiva dos impostos arrecados no País, além de propulsora de inúmeras cadeias industriais.”

 

Por fim, Passos destacou a importância do Estado da Bahia no processo de neoindustrialização, deu um panorama do setor na região baiana, relacionou os investimentos já realizados pelas empresas presentes no Polo de Camaçari e Complexo de Aratu, bem como todos os seus benefícios em inovação, tecnologia, desenvolvimento sustentável, geração de empregos, arrecadação, além de projetos com foco em educação, inclusão, sustentabilidade e desenvolvimento econômico das comunidades.

 

Como devolutiva e ciente dos problemas que têm enfraquecido a química nacional, e que foram elencados pela Abiquim no encontro, o governador Jerônimo Gonçalves mostrou seu apoio em defesa do setor, oferecendo-se para levar ao Presidente Lula os pleitos que podem ajudar a resgatar a competitividade e, consequentemente, destravar o desenvolvimento da indústria química brasileira, como a regulamentação do Reiq, enquanto não forem feitas as reformas estruturais, sobretudo a tributária, e a redução do Custo Brasil; medidas emergenciais para enfrentar: importações resultantes do cenário geopolítico e econômico excepcional e o desvio de função da Zona Franca de Manaus, além de medidas para atacar custos menos competitivos em relação à EUA, China, Oriente Médio e Índia.