Abiquim apresenta agenda da indústria química para candidato ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad

Terca-Feira, 02 de Agosto de 2022

Foto: Divulgação/Abiquim

No dia 29 de julho, a Abiquim se reuniu com representantes da Associação e de suas empresas associadas, além de entidades trabalhistas, com o objetivo de apresentar ao candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad, a agenda do setor químico brasileiro, bem como as oportunidades para a criação de um novo ciclo de desenvolvimento para a indústria no Estado. 

O encontro foi realizado na sede da Abiquim, em São Paulo, e entre os temas abordados, foi destacado o potencial inovador da química que, por estar na base da cadeia industrial, seus avanços se refletem e impulsionam os demais setores industriais. Cases sobre inovações sustentáveis do setor que envolvem redução de consumo de recursos, redução de emissões de CO2 e de resíduos também foram apresentados, demonstrando por fim que a indústria química brasileira, além de ser um celeiro de inovação e um exemplo de exportação de tecnologia, tem um incontestável e gigantesco potencial para o desenvolvimento do setor e crescimento da economia.

Entre os participantes da reunião, a opinião de que desafios, porém, precisam ser superados para que a indústria química possa avançar e, de fato, aproveitar tais oportunidades, também foi unânime. Mercado de gás natural é um deles. Maior disponibilidade do insumo, que é utilizado na indústria química como matéria-prima e energia, tornará o gás mais barato e, por sua vez, viabilizará o crescimento do setor, aumento de produção e maior capacidade de atendimento da demanda interna – lembrando que, hoje, infelizmente, quase metade do mercado de produtos químicos no Brasil é tomado por produtos importados. Foi ressaltado, ainda, que o crescimento do setor químico representa desenvolvimento aos demais setores industriais, cria mais empregos, renda e, acima de tudo, maior arrecadação.

Fernando Haddad e a vice-presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Daniela Manique.           

Foto: Divulgação/Abiquim

Ao final do encontro, o diretor de Relações Institucionais da Abiquim, André Passos Cordeiro, entregou ao candidato Fernando Haddad a agenda da indústria química brasileira, dando ênfase às suas quatro importantes missões – gás natural, energias renováveis, saneamento e bioprodutos. 

O foco do gás natural é o seu uso como matéria-prima. A química pode dar o melhor aproveitamento ao recurso gás, podendo agregar de 6 a 8 vezes o preço do gás nas diferentes cadeias. Parte expressiva da atual pauta de importações é de produtos derivados de gás. O Brasil, sobretudo, tem ainda abundância de gás no Pré-Sal. Para tanto, é essencial viabilizar uma estrutura de escoamento e de processamento do insumo.

A segunda missão está pautada nas energias renováveis, já que o Brasil é o melhor local do mundo para geração de energia a partir de fonte solar e eólica, com larga vantagem competitiva. Neste sentido, o hidrogênio terá um papel importante no futuro energético, mas também para uso nos processos químicos, como produção de amônia, diversas reações de hidrogenação do refino e da química em geral. Há ainda um elevado potencial do biometano originado pela agroindústria brasileira, favorecendo a produção do hidrogênio por via renovável utilizando a mesma tecnologia atualmente predominante.

No que tange a saneamento, a grande missão da indústria química é contribuir para a qualidade e distribuição da água à população, além de esgoto, resolvendo uma das questões mais graves do País. O desafio será criar um ambiente fértil para o desenvolvimento das oportunidades advindas do Novo Marco do Saneamento, entre elas aumento na produção de PVC e a implantação de novas fábricas de cloro-soda. A matéria-prima para produção de cloro é o sal, mas o elemento crítico para sua produção competitiva é a energia. Dessa forma, o atendimento de qualquer plano visando a expansão da rede de saneamento leva a um aumento na demanda de cloro, interligando o tema à questão da geração de energias renováveis.

Em bioprodutos, são grandes as oportunidades de produção de químicos a partir da biomassa vegetal. Ou seja, trata-se da produção de etanol e biodiesel a partir açúcares e óleos vegetais, respectivamente, ambos derivados de commodities agrícolas.

Participaram da reunião, André Passos Cordeiro (Abiquim); Fernando Haddad (PT); Raimundo Suzart (Sindicato dos Químicos do ABC); Airton Cano e Deusdete das Virgens (ambos da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químicos da CUT do Estado de São Paulo); Daniela Manique (Rhodia); Mariana Orsini (Dow), Frederico Marchiori (Oxiteno), Sérgio Santos (Unipar). A Abiquim já solicitou agenda aos demais candidatos ao governo de São Paulo e seguirá com os encontros em formato semelhante.