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‘Química do CO2 e Tecnologias de redução de emissões’ são debatidos em workshop da Abiquim

Segunda-Feira, 16 de Maio de 2022


A Comissão de Tecnologia da Abiquim realizou no dia 26 de abril o Workshop ‘Química do CO2 e Tecnologias de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa’. O encontro virtual teve como moderadores Renato Schröter, Innovation & Digital Transformation Manager da Air Liquide, e Silvio Vaz Jr., pesquisador da Embrapa Agroenergia. Como palestrantes, o painel contou com Marcelo Fermepin, Gerente de Desarrollo de Negocios en Sudamérica, Air Liquide E&C Global Solutions; Claudio J. A. Mota, diretor do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Liane Marcia Rossi, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).

 

Na abertura do evento, Ciro Marino, Presidente-Executivo da ABIQUIM, afirmou que o Brasil tem a indústria química mais sustentável do mundo e, seguramente, se tornará também líder mundial em química de renováveis. Fóruns como este, segundo ele, estão alinhados com o trabalho que a Abiquim vem desenvolvendo, que é o de alavancar o crescimento do setor. “A indústria química não pode ficar fora deste processo. Todos as questões relativas à ESG e ODS, por exemplo, vêm crescendo no mundo todo. É essencial incentivarmos debates e discussões. E não apenas com o olhar voltado à indústria química, mas logicamente provendo soluções para os demais setores à jusante, que por sua vez, poderão se beneficiar de iniciativas de inovação que a química vem propondo”, reforçou Marino.

 

Para falar sobre “Tecnologia de Captura e Armazenamento de Carbono”, Marcelo Fermepin, compartilhou uma parceria de sucesso. Trata-se do Kairos@C, um projeto que já está sendo desenvolvido com a Basf e visa reduzir significativamente as emissões de CO2 no porto de Antuérpia. Selecionado para financiamento pela Comissão Europeia através do seu Fundo de Inovação, como um dos sete projetos de grande envergadura entre mais de 300 candidaturas, o Kairos@C tem como meta evitar a emissão de 14,2 milhões de toneladas de CO2 nos primeiros 10 anos de operação, contribuindo para a meta da União Européia de se tornar neutra em relação ao clima até 2050.

 

O grande destaque da segunda palestra - “Aproveitamento do CO2 como matéria-prima sustentável para a indústria química” – ministrada por Claudio Mota, foi a captura de CO2 direta do ar atmosférico. Segundo o professor, uma vez capturado, o CO2 que já chega bem diluído, por vir do ar e não de uma fonte industrial, é utilizado na transformação de produtos químicos ou combustíveis. “A partir desta molécula, podemos, por exemplo obter olefinas que, por sua vez, podem se transformar em plástico. Ou seja, armazenamos o CO2 de forma sustentável, desde que se use, obviamente energia renovável neste processo”, explica.

 

Mota contou que o conceito deste trabalho é relativamente simples. Após passar por um dispositivo e na sequência entrar em contato com um dessecante para retirar toda a sua umidade, o CO2 é combinado com materiais funcionalizados, ou seja, substâncias que tenham afinidade química com a molécula. Entre as opções para a conversão do CO2 em outros materiais, eles têm trabalhado com carbonatos orgânicos. A partir dessa combinação, eles podem ser usados como eletrólitos em baterias de lítium, precursores de policarbonatos, aditivo para combustível, solventes para produção de produtos farmacêuticos e até ingredientes químicos para preparar produtos químicos agrícolas.

 

Liane Marcia Rossi foi a última painelista do evento. Ela está à frente do Programa de Captura e Utilização de Carbono (CCU) do RCGI - Research Center for Greenhouse Gas Innovation – para a produção de etanol de terceira geração, tema da sua apresentação. A diretora do programa explicou que o objetivo é criar valor a partir das emissões de CO2 por meio do desenho de processos integrados para captura e conversão de CO2. “Nós tratamos o CO2 como um bloco de construção químico que pode chegar à produção de combustíveis ou materiais. Neste conceito, o carbono presente no CO2 é considerado valioso”, ressaltou. Inicialmente cinco projetos estão sendo financiados no Programa CCU do RCGI - Engenharia de banda de semicondutores em dupla configuração e sua utilização para produção de hidrogênio verde e conversão de CO2 em produtos químicos de elevado valor; Ajuste fino da interface eletrocatalisador/eletrólito para redução eficiente de CO2 e N2 para produtos químicos de valor adicionado; Captura bio-assistida e conversão de CO2 em bioprodutos; Integração das químicas de CO2 e etanol para fazer poliuretano de base bio-derivadas; e por fim, Desenvolvimento de rotas catalíticas para transformar CO2 em químicos e materiais.

 

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas com Aline Bressan, gerente de Sustentabilidade, Meio Ambiente e Inovação da Abiquim, pelo e-mail: aline.bressan@abiquim.org.br