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Notícias Abiquim

Entidades da indústria química de Brasil, Argentina e Uruguai pedem diálogo em manifesto por uma política comercial regional alicerçada em competitividade e segurança jurídica no Mercosul

Terca-Feira, 22 de Junho de 2021

 

No dia 14 de junho, a ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química, a ASIQUR - Asociación de Industrias Químicas del Uruguay e a CIQyP - Cámara de la Industria Química y Petroquímica de Argentina, integrantes do Conselho da Indústria Química do Mercosul (CIQUIM), assinaram manifesto conjunto expressando preocupações setoriais dos três países com a competitividade e a segurança jurídica, e solicitando aos governos, em atendimento às melhores práticas regulatórias internacionais relacionadas ao estabelecimento de políticas públicas comerciais, conforme preconizadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que as autoridades do Mercosul, bem como em nível nacional dos governos dos países da região, se comprometam a garantir que qualquer processo de revisão estruturada da TEC seja conduzido com pleno respeito às normativas do bloco, fazendo do compromisso de inserção comercial do Mercosul uma política de Estado, responsável e consequente, bem como ampliem ainda mais os canais e os mecanismos de diálogo estruturado com o setor químico do bloco, e que oportunamente instalem processo de consulta pública para a coleta formal da realidade produtiva específica de cada sócio do Mercosul.

 

Leia a íntegra do manifesto:

 

Declaração Conjunta ABIQUIM, ASIQUR e CIQYP

 

Manifesto setorial trilateral por uma política comercial regional alicerçada em competitividade e segurança jurídica

 

CONSIDERANDO

Que as associações signatárias da presente Declaração Conjunta, ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química, ASIQUR - Asociación de Industrias Químicas del Uruguay e CIQyP - Cámara de la Industria Química y Petroquímica de Argentina, integrantes do Conselho da Indústria Química do Mercosul (CIQUIM), historicamente, têm se manifestado a favor de iniciativas que visem aprofundar a integração das indústrias químicas da Argentina, do Brasil e do Uruguai nas cadeias globais de valor, entendendo que necessariamente elas aconteçam de forma condicionada à uma “agenda de competitividade regional”. Esta agenda deve contemplar as reformas estruturantes precedentes que logrem eliminar os principais fatores que inibem a produtividade da indústria regional, a exemplo de distorções e complexidade dos sistemas tributários, elevados custos de capital, de matéria-prima e de energia, e ineficiências logísticas e de infraestrutura, dentre outros;

Que o atual cenário econômico e social é particularmente crítico para os países da região, gravemente afetados pela pandemia da COVID 19 e suas graves consequências. O momento exige especial responsabilidade e sensibilidade, sendo imprescindível concentrar esforços e recursos na busca de soluções para a população nesta emergência;

Que a reativação econômica sustentável na pós-pandemia e a atração de investimentos produtivos para o Mercosul só serão possíveis se forem priorizadas as medidas adequadas, a partir de um consenso entre as autoridades e a sociedade;

Que a indústria química é um setor estratégico, uma vez que garante o abastecimento de insumos essenciais para todos os demais setores da indústria, dando relevante contribuição econômica e social para a região e para o seu desenvolvimento sustentável; e 

Que o Conselho do Mercado Comum – CMC do Mercosul deverá se reunir proximamente para avaliar o resultado técnico dos trabalhos realizados pelo Grupo Técnico Ad Hoc - GAHTEC sobre "o exame de consistência e dispersão da Tarifa Externa Comum - TEC e a proposta resultante da revisão da estrutura tarifária regional, incluindo uma análise da TEC, modalidades e prazos de implementação“.

 

DECLARAM

A Tarifa Externa Comum do Mercosul é um instrumento fundamental para a consolidação da União Aduaneira, a promoção da competitividade e produtividade da região e a atração de investimentos.

O processo de revisão da TEC deve respeitar as normas vigentes no bloco e ser objeto de ampla consulta aos diferentes setores produtivos de forma a avaliar os impactos econômicos por meio de procedimento que garanta transparência e segurança jurídica. Nesse sentido, o Mercosul já conta com mecanismos próprios de participação e consulta ao setor privado, como é o caso do Fórum Consultivo Econômico e Social.

Estamos dispostos a colaborar com os técnicos e com o corpo diplomático responsáveis pela política de comércio exterior na elaboração de uma proposta baseada na competitividade.

A experiência internacional em inserção comercial demonstra que é fundamental dimensionar corretamente os prazos e a gradualidade nas desgravações tarifárias para garantir um ambiente de negócios seguro e previsível, que combine medidas sincronizadas de inserção comercial com a redução progressiva de todos os demais custos transacionais relacionados às ineficiências macro e microeconômicas que desestimulam o investimento na indústria em geral e na química, em particular.

Cabe destacar o tratamento dado pelo nosso setor nas negociações do Mercosul com a União Europeia, em que se considerou que a indústria química do Mercosul requer prazos mais extensos para a desgravação tarifária com a União Europeia. Os mesmos critérios devem ser mantidos no processo de revisão da TEC.

Deve-se assegurar que o processo ocorra em consonância com as normas e os tratados internacionais que garantam a eficácia dos mecanismos de defesa comercial, preservando o setor da concorrência desleal e conferindo segurança jurídica aos operadores econômicos.

Por todas essas razões, expressamente

SOLICITAM  

Em atendimento às melhores práticas regulatórias internacionais relacionadas ao estabelecimento de políticas públicas comerciais, conforme preconizadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE e pela Organização Mundial do Comércio – OMC, que as autoridades do Mercosul, bem como em nível nacional dos governos dos países da região, se comprometam a garantir que qualquer processo de revisão estruturada da TEC seja conduzido com pleno respeito às normativas do bloco, fazendo do compromisso de inserção comercial do Mercosul uma política de Estado, responsável e consequente, bem como ampliem ainda mais os canais e os mecanismos de diálogo estruturado com o setor químico do bloco, e que oportunamente instalem processo de consulta pública para a coleta formal da realidade produtiva específica de cada sócio do Mercosul. 

Em Buenos Aires, em Montevidéu e em São Paulo, no dia 14 de junho de 2021, se firmam cópias eletrônicas em português e em espanhol de igual teor e mesmo efeito.

 

Pela ABIQUIM                               Pela CIQyP                           Pela ASIQUR                            

Ciro Mattos Marino                  Jorge de Zavaleta              Nicolás Cavalleri